quinta-feira, 11 de junho de 2009

Comentário sobre o dízimo 1

COMENTÁRIO BÍBLICO SOBRE O DÍZIMO
INTRODUÇÃO
Nas igrejas do século XX e início do século XXI temos presenciado a pregação do evangelho, tendo como um dos temas principais a entrega total a Cristo e a rendição total de nossa vida a ele, incluindo nossos talentos, dons, profissão e até mesmo salários ou pate deles. Neste cenário temos constantemente ouvido pregações e ensinos sobre a prática do dízimo pelas igrejas.
Tornou-se normal esta pratica e é uma das muitas doutrinas que não se tem aberto mão em nenhuma hipótese, de não ser praticada. Deve o dízimo ser entregue na igreja para a sustentação dos trabalhos e atividades da mesma e os crentes que não participam com seus dízimos são taxados de rebeldes e ladrões, para tanto citando-se um versículo bíblico de Malaquias, o último livro profético do Antigo Testamento.
Vários argumentos são usados para manter o dízimo como sendo algo obrigatório e constante, e os doadores do dízimo são normalmente entusiasticamente animados a continuar sua devoção de doador (que é denominada também como devolução daquilo que pertence a Deus, pois tudo já é Dele mesmo), para alcançar as bençãos de Deus em suas vidas.
Esses argumentos são um misto teológico de textos e explicações, sempre visando bençãos a serem alcançadas pelos fiéis e sendo um compromisso de fidelidade com Deus.
Quero deixar claro aqui que não me proponho a dizer ou provar que os que dão o dízimo estão errados. Pelo contrário, se alguém deseja, quer, gosta e se sente bem entregando seus dízimos, creio ser plenamente lícito, louvável até. Porém, passando olhares por textos bíblicos que se referem ao dízimo, temos tido outra posição doutrinária sobre esta prática, principalmente nos tempos atuais.
Portanto, aqui vamos expor nossa tese bíblica buscando respostas no texto sagrado que é nossa regra de fé e prática e onde certamente temos a chave para solução de dúvidas e problemas de quaisquer tipo.
1- MALAQUIAS, O PROFETA DO DÍZIMO E DA COBRANÇA
Normalmente os defensores do dízimo se baseiam no Antigo Testamento, onde o povo Hebreu herdou dos patriarcas e dos mandamentos da lei o hábito de dar dízimos e ofertas. Essas leis e hábitos  se tornaram parte dos costumes do povo e arraigou-se por séculos aos rituais religiosos, onde foi defendido com vigor e entusiasmo em diversas ocasiões.
O texto usado para perpetuar a prática do dízimo nas igrejas cristãs é o de Malaquias capitulo 3, onde no verso 10 o profeta diz:"Trazei todos os dízimos á casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim,diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal,que dela vos advenha maior abastança."
Uma regra muito simples para se ter entendimento melhor de um texto bíblico e que é utilizado por pastores e teólogos, é dividi-lo em partes e analisar parte por parte. Assim podemos ver mais claramente detalhes de todo um contexto que está inserido no próprio texto em questão e explicá-lo melhor, tirando conclusões sobre o tema, ou temas abordados. Passemos, então a análise deste texto na forma sugerida:
A- "Trazei todos os dízimos..." obviamente trata-se de uma ordem, um mandamento, dado por intermédio do profeta, que cremos falar as palavras e pensamentos de Deus. E aqui podemos verificar que não se trata apenas de "o dízimo", como um único dízimo. A palavra "todos" indica pluralidade e portanto mostra que são vários dízimos que devem ser trazidos.
B- "á casa do tesouro..."Existe um lugar indicado pelo texto para onde devemos levar os dízimos. O profeta provavelmente se refere as câmaras que haviam no templo de Salomão (considerada como casa de Deus pelos israelitas), onde eram recolhidos de tempos em tempos o que o povo trazia como ofertas e dízimos.
C- "Para que haja mantimento na minha casa..." aqui está o motivo do porque Deus ordena trazer todos os dízimos. Se o povo não trouxesse, aqueles que ministravam na casa de Deus não teriam alimento, pois comiam das ofertas que o povo trazia. Inclusive o próprio povo se beneficiava, pois ao trazerem as sementes, estavam recolocando como uma "poupança" para serem replantadas posteriormente.
D- "E depois fazei prova de mim..." Deus garantia que se o povo fizesse como Ele ordenara, poderiam exigir Dele o que ele prometeu. Quando cumpriam o mandamento de trazer todos os dízimos e eles teriam permissão do próprio Deus para interrogá-lo e prová-lo.
E- "Diz o Senhor dos Exércitos..." Este título com que Deus se apresenta serve como um reforço da ordem "trazei". Deus se coloca como o Senhor, ou seja, o único Senhor para dar ordem e requerer obediência. Ele requer que se faça o que Ele mandou, pois não comanda e governa apenas um exército, mas todos os exércitos. Ele é soberano, o Deus Todo-Poderoso, o Rei do universo.
F- "Se eu não vos abrir as janelas do céu..." A promessa de Deus começa com o abrir das janelas do céu, ou seja, abrir o horizonte de todas as oportunidades de bênçãos, prover todas as necessidades e resolver todos os problemas. A promessa de abrir as janelas do céu além de prover milagrosamente as bênçãos, está condicionada ao cumprimento da ordem divina.
G- "E não derramar sobre vós uma bênção tal..." Aqui Deus fala sobre a plenitude e expansão da bênção. A própria bênção é grandiosa, "a bênção tal" se refere a consistência e amplitude da mesma será algo que fará diferença em tudo: Em meio á sociedade, á família, á religião, á colheita, etc... E será certa a bênção, que mais uma vez se condiciona á ordem.
H- "Que dela vos advenha maior abastança..." A bênção prometida por Deus vai gerar abundância para os que praticam a ordem, o mandamento do Senhor dos Exércitos.

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